quinta-feira, 17 de junho de 2010

Os invisíveis de Belém


Em materia do Jornal O Liberal de hoje - Caderno Atualidades, com a manchete: "Morador de rua é relegado ao abandono", onde se descreve o caso do morador de rua conhecido como "Bronze", levanta-se a questão: afinal, de quem é a "responsabilidade" pelos moradores de rua de Belém: (a) Sua (cidadão), (b) da Secretaria Municipal de Saúde ou, (c) é uma questão social, portanto, de responsabilidade de seus orgãos competentes, conforme, em nota, afirma a Sesma ao ser acionada para solucionar a situação do morador de rua Bronze ?
Gostaria de compartilhar com vocês mais algumas outras informações sobre o assunto:
"No Brasil, de acordo com a própria agência Brasil e um levantamento do Ministério do Desenvolvimento Social feito com base em 76 municípios, estima-se entre 0,6% a 1,0% o total de brasileiros que vivem nas ruas, o que dá entre 1,0 a 1,8 milhões de pessoas".
"No Brasil, numa tentativa de abordar de forma mais politicamente correta a questão dos que vivem em carência material absoluta, criou-se a expressão moradores de rua para denominar este grupo social. Já em Portugal foi criada a expressão sem-abrigo para designar os membros pertencentes ao grupo social que integra as pessoas que vivem em carência material absoluta".
"O estado de indigência ou mendicância é considerado o mais grave dentre as diversas gradações da pobreza material. Quem tem carencia material absoluta".
"Em 2007, durante a vista do papa Bento XVI, foram retirados por assistentes sociais da prefeitura todos os moradores de rua das imediações onde o papa ficou hospedado e do trajeto que iria percorrer, para criar um cenário mais bonito".
Abaixo, você lê a integra da matéria do Jornal O Liberal:

"Há uma semana um morador de rua conhecido como “Bronze” agoniza diante dos olhares indignados e indiferentes dos que transitam às proximidades da Praça da Leitura, em São Brás. De acordo com pessoas que moram ou trabalham no entorno do lugar, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado diversas vezes, mas os funcionários que vão ao local se recusam a prestar atendimento ao doente por se tratar de um “mendigo”. A Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) alega que o cidadão não precisa de remoção hospitalar
ou atendimento de urgência, por isso ele não foi atendido. Sensibilizada com a situação, a comerciante Ana Lúcia Silva Maciel pagou roupas limpas e um banho para “Bronze”. “Da primeira vez que eles vieram, disseram que não iriam levá-lo porque ele estava sujo. Resolvi pagar alguém para dar um banho nele e comprei roupas novas para ele usar. Por volta das 16 horas (de ontem), liguei para o Samu novamente, mas até agora (17h45) ninguém veio”, contou. Ana Lúcia afirma que a atendente da Samu garantiu que “Bronze” seria removido assim que houvesse uma ambulância disponível, mas até o fechamento desta edição ele permanecia no mesmo local. Diante do sofrimento do morador de rua, a comerciante se disse indignada, principalmente com o governo: “O que está acontecendo com ele é um desrespeito com um ser humano. Nenhum de nós merece morrer à míngua, no meio da rua, diante de pessoas que passam e viram o rosto para o outro lado”. Assim como ela, a vendedora de bombons Adriana da Conceição Pereira também se disse revoltada com o ocorrido. Elacontou que “Bronze” era um homem trabalhador e tinha uma banca em que vendia castanhas. “Um dia, a polícia levou a mercadoria e os documentos dele, e ele passou a viver na rua”, afirmou. Em nota, a Secretaria
Municipal de Saúde (Sesma) alegou que o caso do morador de rua é uma questão social e que ele não precisava de remoção hospitalar ou atendimento de urgência. A Sesma afirmou também que “o trabalho do Samu é realizar o primeiro atendimento em casos de urgência e posteriormente fazer o encaminhamento ao hospital, o que não se aplicava ao caso do morador de rua”.

Nada disso está alheio aos nosso olhos e as nossas vidas. Opine!
Agradecemos a atenção,
@belemsolidaria

2 comentários:

  1. Realmente é de se indignar... Nesse ímpeto eu e uma colega minha de faculdade estamos elaborando um projeto de pesquisa que irá abrir um questionamento justamente relacionado a isso... Os moradores de rua da cidade de Belém tem realmente acesso ao direito fundamental da Saúde? Gostaria de contar com o máximo de informações que você tem sobre o assunto.... No caso a informação de maior importância que nós gostaríamos de ter agora é sobre uma estimativa da população de rua que tem em nossa cidade... Se você conseguir algo assim poderíamos iniciar o nosso projeto =) Agradecemos pelo atenção, e parabéns por se utilizar de um veículo de comunicação como é a internet para se fazer ouvir a voz daqueles que precisam... Uma boa noite!

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  2. Gostaria de saber se você conhece algum projeto ou grupo de apoio a moradores de rua de Belém? Gostaria de ajudar, mas não sei como.

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